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07/02/2018

Informativo - 07 de fevereiro de 2018

Bom tarde!

Segue artigo interessante publicado hoje pelo jornal Valor Econômico sobre o câmbio no Brasil:

Exterior e política limitam queda do dólar no curto prazo

Por Lucas Hirata - São Paulo
A onda de turbulência que se viu nos mercados globais e as persistentes incertezas do campo político indicam que o espaço para a queda do dólar no curto prazo é bastante limitado. Essa é a avaliação de algumas instituições que integram o grupo Top 5 de curto prazo do Boletim Focus do BC, ou seja, aquelas que mais acertaram as projeções. Para esses profissionais, a mínima da cotação alcançada neste ano, de R$ 3,15, tornou-se um "piso", que só deve ser retomado caso surja alguma surpresa - como a aprovação da reforma da Previdência, a definição do quadro eleitoral ou uma melhora muito expressiva da conjuntura internacional.
O dólar terminou a pregão de terça-feira em ligeira baixa de 0,04%, cotado a R$ 3,2453. Embora a variação seja quase nula, a distância para a máxima do dia deixa claro a volatilidade da sessão. A reversão só ocorreu com a abertura em alta das bolsas americanas, reduzindo preocupações com uma nova onda de perdas para os ativos de risco. No momento de pico, a moeda chegou a subir a R$ 3,2782.
A mediana das expectativas colhidas pelo Focus aponta para uma cotação na casa de R$ 3,20 para o dólar no fim de fevereiro. Essa projeção já foi de R$ 3,25, antes do julgamento de Lula. De todo modo, não corrobora a visão de parte do mercado de que, após a condenação de Lula, a cotação escorregaria para baixo dos R$ 3,10.
"Nas eleições, pode acontecer quase de tudo, mas até a disputa ganhar força o patamar de R$ 3,15 ou abaixo disso parece ser o piso de curto prazo", diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências. Na semana passada, o mercado reagiu à condenação do ex-presidente Lula sob a leitura de que melhora o cenário eleitoral para o ano, ao abrir espaço para candidatos reformistas, mas as incertezas ainda pesam no ambiente de negócios. Por ora, a expectativa é de que o dólar gire em torno de R$ 3,20 ou acima desse nível.
O efeito do julgamento de Lula, no dia 24, parece ter perdido peso à medida em que o mercado incorpora a ideia de que a condenação, em si, representa pouco em termos de garantia de o ex-presidente não será candidato, na avaliação do economista Bruno Lavieri, sócio da 4E Consultoria. Mesmo condenado, Lula ainda tem direito a recorrer e apresentar sua candidatura ao TSE, de forma que pode até iniciar a campanha eleitoral. "A condenação acabaria tendo pouco impacto objetivo no risco atrelado às eleições", diz. A leitura na casa é que o real se deprecie em direção ao patamar entre R$ 3,30 e R$ 3,35 por dólar até o fim de março.
O avanço do dólar é atribuído, em boa parte, a preocupações sobre o ambiente internacional. Sinais de crescimento mais robusto dos EUA e de pressão inflacionária no país têm justificado aumento de apostas em favor de altas de juros mais duras pelo Federal Reserve, desencadeando a recente correção de Wall Street. Esse cenário também afeta os emergentes, diante da possibilidade de redução de liquidez e menor fluxo de investimentos para ativos de risco.
Para o economista-chefe da Porto Seguro Investimentos, José Pena, o mercado deve migrar gradualmente suas expectativas para um número maior de elevações de juros pelo Fed. Só para este ano, ele espera quatro movimentos, o que ainda não estaria plenamente precificado nos ativos financeiros. "O mercado está subestimando o aperto monetário do Fed", diz o especialista. O ritmo dessa transição - e consequentemente do avanço do dólar - depende dos dados de inflação nos Estados Unidos. No curto prazo, a expectativa é de que moeda gire entre R$ 3,20 e R$ 3,30.
Olhando para um prazo mais longo, próximo do fim do ano, aumentam as apostas de um dólar mais fraco. Isso porque, passado os ajustes lá fora, o mercado se acomodaria com um ritmo apenas gradual de alta de juros pelo Fed.
E por aqui, o cenário se apoia numa "eleição sem sustos", isto é, com a convergência do apoio popular para um candidato mais alinhado à agenda de reformas, diz o sócio-gestor da Modal Asset, Luiz Eduardo Portella. "Em algum momento, o câmbio pode ficar com um desempenho relativamente melhor que os pares", diz. A moeda pode cair para R$ 3,00 no fim de 2018, na avaliação da instituição.
Uma antecipação dessa melhora, entretanto, dependeria da somatória de fatores positivos. Do lado externo, a inflação contida nos EUA ou uma atuação não tão dura do Fed teria este papel. Já por aqui, algo que não consta nos cenários básicos é a disparada de um candidato reformista nas pesquisas de intenção de votos.
Uma apreciação do real ocorreria se as próximas pesquisas já dessem maior segurança de que o próximo presidente eleito dará continuidade à agenda de reformas e responsabilidade fiscal, reduzindo o risco de vitória de um candidato de agenda populista. A visão de parte do mercado é que não basta saber quem sairá da disputa, é preciso também ter confiança de quem vai vencer a corrida eleitoral.

Bons negócios!

Fonte: SH Global Kapital
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